No Egipto antigo a arquitectura teve início em 4000 a. C e terminou em 30 a. C. Começou nas margens do Rio Nilo. A antiga civilização egípcia era bastante complexa na sua organização social e muito rica culturalmente. Como havia a forte crença numa vida depois da vida terrestre, a arte voltava-se para glorificar os deuses e os faraós. E tinha-se na figura do Faraó uma centralização e uma representação de todo o povo. Preservar o corpo do Faraó e dotá-lo dos meios próprios para uma segunda vida, era garantir a todo o povo as mesmas possibilidades. Os monumentos egípcios revelam gosto pelo grandioso, pelo duradouro e pelo eterno.
No início a arquitectura egípcia era simples e todas as formas se originavam da casa residencial. Tinha plano rectangular e dispunha-se em torno de palmeiras, ou de outras árvores. As decorações eram os temas vegetais, tais como a flor de lótus, a palma e o papiro.
A partir de 3650 a. C, inicia-se a época das pirâmides, que eram monumentos funerários, tendo-se construído o primeiro grande edifício de pedra - a pirâmide escalonada ou pirâmide em degraus , idealizada pelo arquitecto e médico Imhotep , durante a dinastia do faraó Djoser.
Também se deve a Imhotep a substituição do barro pela pedra, tendo em vista a conservação do corpo do morto, tendo deixado para trás a tradicional mastaba. Foi desse arquitecto a ideia de colocar as mastabas umas sobre as outras, dando-lhes a forma de pirâmide. Mastabas, eram edificações que se sobressaíam da terra, nos túmulos egípcios, e eram formadas por um módulo compacto de pedras ou tijolos, tendo as paredes inclinadas e de forma rectangular.
Por volta de 2575 a. C foi desenvolvida a construção das pirâmides de faces lisas. As mais importantes são as pirâmides de Quéops , Quéfrem e Miquerinos, construídas no vale de Guiza. A pirâmide de Quéops é considerada uma das criações mais espectaculares e geniais da história da arquitectura, tendo sido utilizados 2 300 000 metros cúbicos de pedra. A sua altura era de 146 metros e, quando foi construída, estava revestida de calcário liso e branco e o cimo era dourado. A orientação da pirâmide permitia que os raios luminosos da estrela Sírio penetrassem na câmara do núcleo da pirâmide por meio de um conduto, no momento em que se anunciava o princípio do ano egípcio e o inicio das inundações.
Por volta de 1570 a. C, inicia o Novo Império, que é marcado por uma profunda religiosidade, destacando-se os templos de Ámon-ra, no complexo de Karnak. Um dos elementos arquitectónicos mais originais, inventado pelos próprios egípcios foi o hipostilo, que consiste num sistema de suporte de tectos, através de colunas. Possuía 134 colunas e cada uma delas tinha aproximadamente 20 cm de altura. Os blocos que formavam estas colunas eram erguidos através de rampas feitas com tijolos de argila.
Na entrada dos templos eram construídos portais, e temos um dos mais belos portais construído no reinado de Ramsés III, cujas paredes eram inclinadas para dentro e decoradas com cenas de vitória do governante.
Os obeliscos eram edificados à frente dos templos, e eram esbeltos pilares de faces planas, terminados em ponta e talhados num só bloco de granito. Em parte, a sua função era religiosa, pois eram erguidos em homenagem ao Deus do Sol, e em parte cerimonial, pois faziam-se inscrições onde estavam relatadas os feitos dos governantes humanos.
O maior obelisco pesava 450 toneladas e media cerca de 30 metros de altura.
Para dificultar violações e roubos do recheio dos túmulos, foram construídas sepulturas subterrâneas, escavadas na rocha, os hipogeus.
Os hipogeus eram templos escavados nas rochas, dedicados a várias divindades ou a uma em particular. Normalmente eram divididos em duas ou três câmaras: a primeira para os profanos; a segunda para o faraó e os nobres; e a terceira para o sumo-sacerdote. A entrada a esses templos era protegida por galerias de estátuas de grande porte e esfinges.
2. Arquitectura clássica
A arquitectura clássica refere-se à arquitectura da Antiguidade Clássica, especificamente à arquitectura grega e de algum modo a toda aquela nela inspirada e baseada, como a arquitectura romana, do Renascimento ou do Neoclassicismo.
2.1 Arquitectura grega
Os gregos foram os primeiros artistas realistas da história, ou seja, os primeiros a representar a natureza tal qual ela é, sendo fundamental o estudo das proporções em que o homem é a medida de todas as coisas.
Podem-se distinguir quatro períodos na evolução da arte grega: o geométrico (séc. IX a. C e VII a. C), o arcaico (séc. VII a. C e VI a. C), o clássico (séc. V e IV a. C) e o helenístico (séc. III e I a. C ). No entanto a arte grega atingiu o apogeu no período clássico, tendo as obras dos artistas helénicos sido servidas de modelo para muitos artistas de outras épocas. A arte clássica caracteriza-se pela harmonia e equilíbrio, tendo um profundo sentido humanista, pois é valorizado e enaltecido o homem.
A arquitectura grega, apesar de estar ligada à vida religiosa, foi feita à medida do homem. Todos os teatros, estádios e templos construídos eram grandiosos, mas sem atingirem proporções esmagadoras.
O templo foi um dos legados mais importantes da arte grega ao Ocidente. A sua planta é geralmente rectangular, tendo com elemento básico da construção as colunas, sobre as quais assentam as traves que sustentam a cobertura. A sua beleza deriva do equilíbrio de proporções e da harmonia dos elementos decorativos. Os templos gregos obedecem a três ordens ou estilos: a ordem dórica, a ordem jónica e a ordem coríntia.
Os templos dóricos eram em geral baixos e maciços. As colunas que davam sustentação eram grossas, não dispunham de base, o fuste era canelado, e o capitel era simples. As colunas davam suporte a uma arquitrave e a um friso com esculturas.
Os templos jónicos eram de maiores dimensões e apoiavam-se em colunas mais finas e graciosas, que apresentavam uma base sólida, um fuste canelado, o capitel com volutas e os frisos eram decorados com altos-relevos.
Os templos coríntios caracterizaram-se pelo facto de as colunas possuírem um capitel típico cuja extremidade era decorada por folhas de acanto.
É na Acrópole de Atenas, que se encontram alguns dos mais belos templos gregos, nomeadamente o Templo de Pártenon.
Situado igualmente na acrópole de Atenas, o Erecteion é um templo que apresenta uma característica original: tem uma tribuna sustentada por estátuas femininas que desempenham a função de colunas.
A arquitectura romana recebeu influências gregas e etruscas, mas apesar disso, não deixou de ser criativa e inovadora. O plano do templo é herdado dos etruscos e a ornamentação, é grega, sendo a ordem preferida, a coríntia, sendo gregas, as esculturas, as colunas e todo o tipo de objectos. A majestade e imponência das construções, a riqueza dos materiais utilizados, a decoração requintada e imaginativa dão à arquitectura romana individualidade própria. Existem certos elementos que foram utilizados pelos arquitectos romanos com grande mestria, como o uso do arco de volta perfeita, a abóbada de berço e a cúpula.
Os arquitectos romanos também passaram a dispor de dois novos materiais – o ladrilho e o cimento (calcário feito pelo aquecimento do mesmo e adicionaram areia para fazer argamassa, com pedras grosseiras) que é indestrutível, os quais permitiram que se construíssem abóbadas de maiores dimensões, pois estes materiais são mais leves. Aos estilos herdados dos gregos, dórico, jónico e coríntio, introduziram mais duas formas de construção: os estilos toscano e composto. As colunas de estilo toscano, são uma espécie de ordem dórica sem estrias no fuste, e as de estilo composto, tem um capitel criado a partir da mistura de elementos jónicos e coríntios.
2.3 Estilo toscano
A arte em Roma foi utilizada como demonstração de grandeza, tendo mudado a imagem da capital, assim como do resto das cidades do império. A arquitectura romana reflectiu--se fundamentalmente no domínio público e particular.
No âmbito público destacam-se as seguintes obras - templos, basílicas, anfiteatros, arcos de triunfo, colunas comemorativas, termas e edifícios administrativos, que apresentavam dimensões monumentais e quase sempre formavam um conglomerado desordenado em torno de uma praça pública ou fórum.
O fórum (praça central da cidade) era um espaço aberto rodeado de edifícios públicos, que serviam de local de reunião, local de mercado, de realização de cerimónias religiosas e dos mais importantes actos cívicos da Cidade. Em torno deste espaço estavam os mais importantes edifícios públicos, adornados de colunas comemorativas, estátuas, arcos, com pórticos, colunatas, templos, basílicas e arquivos.
O Arco de Constantino situa-se em Roma, perto do Coliseu, de estilo coríntio, em honra a Constantino pela sua vitória sobre Massêncio, na batalha de Ponte Mílvia, em 312 d. C, após vinte anos de confronto, tendo unificado o poder de Roma.
Em arquitectura, basílica é um grande espaço coberto, destinado à realização de assembleias cuja origem remonta à Grécia Helenística. O seu modelo foi largamente desenvolvido pelos Romanos, sendo mais tarde adaptado como modelo para os templos cristãos.
A coluna de Trajano narra as lutas do imperador e dos exércitos romanos na Dácia.
O Coliseu, também conhecido como Anfiteatro Flaviano, deve o seu nome à estátua colossal de Nero, que ficava perto da edificação. Localizado no centro de Roma, capaz de albergar perto de 50 000 pessoas, e com 48 metros de altura, era usado para variados espectáculos (servia para a luta entre gladiadores). Foi construído a leste do Fórum Romano e demorou entre oito a dez anos a ser construído. O edifício deixou de ser usado para entretenimento no começo da Idade Média, mas foi mais tarde usado como habitação, oficina, forte, pedreira, sede de ordens religiosas e templo cristão. O Coliseu sempre foi visto como símbolo do Império Romano, sendo um dos melhores exemplos da sua arquitectura. Em cada andar, as colunas são de diferentes tipos: no primeiro andar, estilo dórico. No segundo, estilo jónico. No terceiro, estilo coríntio.
Os domos foram uma inovação na arquitectura, com influências gregas e serviam para criar espaços, sem a necessidade de colunas devido à utilização do cimento – concreto, responsável pela flexibilidade dos materiais.
Os templos romanos são considerados originários do paganismo da religião de Roma Antiga. O Panteão de Agripa, é um dos mais conhecidos templos pagãos da Antiguidade. Construído em 27 a.C. esse templo surgiu graças a uma homenagem feita ao cônsul Marco Vispânio Agripa. Ponto de adoração de deuses romanos e estrangeiros, algumas dessas estátuas eram utilizadas para representar os vários nomes que uma mesma divindade ganhava em outras culturas.
O teatro romano é uma construção típica do Império Romano, generalizada por todas as províncias do império, e que tinha a finalidade de servir para a interpretação de peças teatrais gregas e romanas do período clássico.
O circo era inspirado nos estádios gregos mas tinha medidas muito maiores que estes. O circo romano era uma das instalações lúdicas mais importantes das cidades da Roma Antiga. O circo era usado para corridas de cavalos e quadrigas. Juntamente com o teatro e o anfiteatro forma a trilogia da cultura e divertimentos da época.
No âmbito particular surgiram os palácios urbanos e as vilas romanas, que se desenvolveram em regiões privilegiadas das cidades e seus arredores com uma decoração faustosas e distribuídas em torno de um jardim.
Os romanos também construíram uma rede de estradas que ligavam todo o império, edificaram aquedutos que levavam água limpa até às cidades e também criaram complexos sistemas de esgotos.