EVOLUÇÃO DA ARQUITECTURA 
Arquitectura da Idade Média
Arquitectura da Idade Média

Arquitectura da Idade Média

 

1. Bizantina

A arquitectura bizantina é a arquitectura desenvolvida pelo Império Bizantino durante a Idade Média como desenvolvimento da arquitectura romana.

A arte bizantina teve o seu centro de difusão em Bizâncio, mais exactamente na cidade de Constantinopla, e desenvolveu-se a partir do século IV como produto da convergência das culturas da Ásia Menor e da Síria, com elementos alexandrinos. As bases do império eram três: a política, a economia e a religião e, para manter a unidade entre os diversos povos que conviviam em Bizâncio, Constantino oficializou o cristianismo, tendo o cuidado de enfatizar nele aspectos como rituais e imagens dos demais grupos religiosos.

Inspirada e guiada pela religião, a arquitectura Bizantina alcançou a sua maior perfeição na construção de igrejas. As características predominantes seriam a cúpula (parte superior e côncava dos edifícios) e a planta de eixo central, também chamada de planta de cruz grega (quatro braços iguais). Este sistema, que parece já ter sido utilizado na Jordânia em séculos anteriores e inclusive na  Roma Antiga, se transformou no símbolo do poder bizantino.  

2. Carolíngia

A arquitectura carolíngia é a arquitectura vigorante na área do antigo reino franco durante o governo da dinastia dos carolíngios, fundada por Pepino, o Breve, em 751. O termo refere-se assim à arquitectura nos séculos VIII e IX no império carolíngio, que abrangeu na sua máxima extensão grande parte da Europa Ocidental durante o reino de Carlos Magno (768-814). Esta arte inspira-se na arte romana da antiguidade clássica, sendo assim uma arte resultante da junção entre elementos clássicos e elementos típicos e conturbados da Idade Média. A sua expressão arquitectónica vai incidir especialmente na construção religiosa caracterizada por pinturas murais, pelo uso de mosaicos e baixos-relevos surgindo também neste momento a igreja com cripta envolta por deambulatório, tipologia que se irá desenvolver ao longo da Idade Média. Uma das mais significativas construções deste período é a Catedral de Aachen na Alemanha.

3. Otoniana

Arquitectura Otoniana refere-se à arquitectura vigorante na área de língua alemã a partir do reino de Otão o Grande (936-975). Este período artístico, que em parte confunde-se com a origem do estilo românico, durou entre o século X até meados do século XI, quando surge a arquitectura românica na região abrangida pelo Império Sacro-Germânico.

A arquitectura da época Otoniana inspira-se especialmente na tradição da arquitectura carolíngia, mas também sofreu influência da das basílicas paleocristãs. Ao contrário da época carolíngia, quando as grandes obras arquitectónicas foram financiadas pelos soberanos carolíngios, a arquitectura Otoniana foi impulsionada tanto pelos reis Otonianos como por figuras religiosas destacadas, como bispos e abades das cidades e mosteiros germânicos.

4. Românico

Na sequência das invasões bárbaras, o Império Romano do Ocidente entrou em colapso, devido à grande instabilidade que se sentia em grande parte da Europa. O nível de vida retrocedeu drasticamente e o desenvolvimento das cidades estagnou. Tudo isto teve uma influência directa sobre a cultura, em especial sobre a actividade construtiva. Apenas o poder da igreja não se viu restringido, tendo inclusivamente alargado a sua influência a toda a Europa. De forma a garantirem a sua base económica, os conventos possuíam terras e deste modo, poder. Usualmente serviam de refúgio contra ameaças externas. Deste modo, foram-se estabelecendo povoações nas suas vizinhanças.

O grande número de construções em pedra, como mosteiros e igrejas que se levantavam por todas as vilas e campos na Europa Ocidental, nos séculos XI e XII reflectiam a fé dos homens e a prosperidade crescente de uma nova era – o desenvolvimento ressurgia.

O módulo passou a ser o cruzeiro, sobre o qual, de acordo com os conhecimentos construtivos da época só era possível erigir uma torre apoiada sobre quatro arcos iguais, ou seja, com uma secção quadrada. Deste modo, foram edificados edifícios simples, quase simétricos, com naves centrais carregadas de simbolismo

O interior das igrejas possuía uma planta em forma de cruz, constituída por uma ou tês naves e muito pouco iluminada. A planta de cruz latina (planta em fora de cruz) simbolizava a cruz de Cristo.

Como elementos arquitectónicos, utilizaram-se a abóbada de berço e os arcos de volta perfeita, de origem romana, o que levou a chamar à arte deste período arte românica.

Os capitéis das colunas e os tímpanos dos portais eram embelezados com frescos e esculturas e representavam cenas mitológicas e religiosas e serviam, também, como um modo de aprendizagem da doutrina dos evangelhos.

Fechada, sólida, maciça, severa – estes conceitos são válidos na generalidade, pelo menos para a arquitectura românica inicial que se difundiu com os Carolíngios na Europa Central e Ocidental.

Em grande parte, o Românico parece ainda uma reacção contra o período de instabilidade e decadência. As igrejas e os conventos assemelham-se a fortalezas, com muros grossos e pesados.

Foi na antiga parte oriental do reino Franco, onde o Império Ocidental continuou a ser governados pelos Salios e – a partir de 1125 – pelos Hohenstaufen, que a ambição de monumentalidade e de poder, representativa da arquitectura românica, atingiu a sua maior expressão, com as catedrais imperiais de Worms e Speyer.

Nos crescentes conflitos pela supremacia entre o imperador e o papa, estas catedrais manifestavam a pretensão monarca de que a Igreja continuasse a ter um papel unificador neste Império, designado como “romano”, mas agora sob domínio alemão.

Assim, e até ao fim do século XI, o estilo românico foi-se refinando cada vez mais, tornando-se gradualmente mais expressivo, contribuindo para isso o domínio crescente da técnica construtiva.

Se até então a maior parte das igrejas eram cobertos por tectos de madeira lisos, mais cedo ou mais, tarde, acabavam por arder, já que o interior era iluminado por velas e archotes, estes foram substituídos por abóbadas em pedra.

As abóbadas provocam fortes pressões laterais, exigindo paredes exteriores maciças. Para o abobadamento da nave principal, as colunas foram substituídas por pilares poderosos, aos quais eram ainda adoçadas colunas (os chamados colunelos) onde se apoiavam os arcos torais que suportam a abóbada.

A Catedral de Speyer, iniciada entre 1024 e 1033 foi consagrada em 1061.

Para os imperadores Sálios (Francos) que reinaram de 1024 a 1105, a catedral de Speyer tornou-se o símbolo de poder imperial.

O seu exterior, assim como o seu interior, sublinham com a sua arquitectura maciça mas esteticamente clara, a forte personalidade do imperador Henrique IV, que se encontrava em guerra permanente com o papado da sua época, opondo-se ao primado dos papas sobre o imperador.

5. Gótico

É quase impossível determinar com exactidão a transição do Românico para o Gótico.

O conceito “gótico” foi introduzido pela primeira vez no século XVI pelo pintor, arquitecto e escrito italiano Vasari. A sua origem foi em Île de France, nas imediações de Paris.

O edifício até hoje considerado como a essência da arquitectura gótica é a catedral. Esta constituiu o símbolo do novo poder dos reis franceses que se vai difundido por toda a França à medida que a influência da coroa avança. Apesar de legitimar a reivindicação de soberania dos reis enquanto local de coroação e sepultura, as catedrais representam igualmente o ideário de toda a sociedade e reflectem a expressão da visão política e teológica de todos os burgueses.

Entre as várias escolas românicas existentes em França, das quais várias continuaram a trabalhar de acordo com o estilo transmitido até meados do séc. XIII, a da Île de France desenvolveu o estilo que veio substituir o românico, primeiro em França e em seguida por todo o ocidente.

A igreja abacial de Saint-Denis, perto de Paris, é considerada como o edifício “fundador do gótico”.

Em meados do século XII cada cidade que começava a florescer na Europa procurava construir a igreja mais bela e imponente do que das suas rivais. Esta rivalidade entre as diversas cidades da Europa teve como consequência a construção de grandes catedrais, que demonstravam o grande poder da burguesia, e só foi possível devido ao fim das guerras, pois, contrariamente ao estilo românico, estas eram amplas, com grandes janelas, através das quais penetrava uma ampla luminosidade.

As primeiras catedrais foram construídas em estilo românico, logo a invenção da abóbada sobre cruzaria de ogivas veio desencadear uma verdadeira revolução arquitectónica, dando origem a um novo tipo de estilo – o gótico. 

Neste novo tipo de abóbada, o peso da cobertura da pedra recai apenas sobre os pilares de suporte. Assim, as paredes das catedrais podem elevar-se a longas alturas, pois encontram-se aliviadas da pressão do peso das abóbadas e encontram-se apoiadas, exteriormente, por arcobotantes, dando assim uma impressão de verticalidade, ainda mais acentuada pelo uso de arcos em ogivas.